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sábado, 2 de fevereiro de 2013

POLÍCIA DESMONTA QUADRILHA LIGADA AO PCC COMANDADA POR PRESIDIÁRIOS NO ACRE

A Polícia Civil do Acre desarticulou na manhã de ontem uma das operações de maior sucesso no que se refere ao combate à criminalidade no Estado. Trata-se da maior facção criminosa do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC), um verdadeiro "sindicato do crime", que planejava assaltos, sequestros, assassinatos e o tráfico de drogas dentro do presídio Francisco de Oliveira Conde.
Ao todo, foram expedidos 39 mandados, 34 dos quais destinados à penal, de onde detentos, inclusive o líder da quadrilha, o paulista Tiago da Silva Gomes, que cumpre pena por latrocínio, controlava a máfia e recrutava novos discípulos ao comando. A polícia identificou, dos 39 presos, oito chefões da facção, sendo dois deles presidiários de outros Estados.
Na linha de frente das apreensões e prisões, 130 policiais civis e militares, além de nove delegados, conduziram a operação, batizada de "Diáspora", cujo significado é dispersão. Embora tenha nascido em São Paulo nem 1993, onde seu poder é maior até hoje, o PCC também invadiu as "fronteiras" e está presente em vários Estados brasileiros, como Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e Rondônia.
Graças à ação rápida e eficiente da polícia acreana, em uma investigação que se iniciou em novembro do ano passado, com mais 2.160 horas de acompanhamento permanente, o primeiro braço da facção criminosa do PCC foi desmontado com sucesso, conforme frisou o subcomandante da Polícia Militar, Paulo César.
De acordo com o secretário de Polícia Civil, Emylson Farias, o principal aliado do comando era o telefone celular, presente dentro de quase todas as celas da penitenciária. Com eles os chefes do PCC davam as ordens do crime para outras cadeias e para os que estavam do lado de fora. A polícia aprendeu drogas, celulares e muitas anotações com planilhas, estatuto do comando, nomes de integrantes do PCC, datas e valores referentes à venda de drogas e compra de armas.
"Diante de uma situação dessa grave e perigosa, a polícia do Acre conseguiu agir com rapidez e presteza, assim como a transferência desses criminosos para outros presídios da Federação. É importante deixar claro, principalmente para a opinião pública, que uma pessoa que é iniciada no PCC não interessa se ela vai ser presa ou ficar em liberdade, tendo em vista que a prisão e até um prêmio, já que todos eles têm que fazer uma contribuição mensal para a organização manter suas famílias. Pelo menos 15 assaltos de grandes vultos foram evitados, e três ordens de execução, frustradas. Estamos dando um golpe forte em uma célula criminosa que estava querendo se instalar no Estado. Mas ressalto mais uma vez que o olhar tem que ser contínuo e a batalha, diária. Todas as instituições, todos os poderes têm que estar sempre a postos para que a gente não permita que o PCC, esse câncer, não entre na sociedade acreana", ressalta Farias.
As autoridades policiais acreditam que nenhum Estado teve uma ação tão eficaz para impedir a ramificação da facção criminosa como a que foi realizada no Acre. Seis dos oito membros que lideravam a organização criminosa no Acre serão transferidos neste sábado a presídios de outros Estados.
Desabafo de um delegado
Um dos momentos que chamou atenção durante a coletiva de imprensa foi o desabafo do delegado Alcino Ferreira, da Delegacia Antiassalto da Polícia Civil (DAPC). "Identificamos que cada membro tinha uma função bem definida dentro da organização. Hoje conseguimos apreender um livro que fecha com a investigação, contendo anotações dos valores que financiam o crime. São valores utilizados para a compra de armas na fronteira com Brasileia, pouco policiada e pouca fiscalizada. Verificamos a droga vindo e descendo do Acre para o Sul e o Sudeste. A maconha vem do Paraguai para o Acre. São pequenos relatos para vocês verificarem como realmente estamos desguarnecidos de fronteira, como o investimento na segurança ainda é muito aquém do necessário aqui no nosso Estado", relata.
Alcino destacou ainda que 60% dos roubos de médio e grande portes é ordenada de dentro do presídio, enfatizando o assalto frustrado à Lanchonete Bob´s, que a polícia evitou graças ao monitoramento dos integrantes do PCC.
"Nos últimos dias, os roubos, que antes eram mediante grave ameaça, hoje acontecem com violência. Disparo de arma de fogo, gente lesionada, bandido entrando em casa de família, rendendo crianças. Justamente o perfil violento que o PCC vem trazendo. Entrada de celulares e drogas no presídio é de praxe, o que não é mais segredo para ninguém. No fiml do ano, a polícia trabalhou evitando roubo em dois postos de gasolina, cujos cofres iriam ser arrancados, e a gerente foi monitorada pelo PCC para ser sequestrada. Então estamos diante de coisas maiores. Portanto, a gente precisa ter uma atenção para a segurança. Eu me preocupo quando a gente vê, por exemplo, a Polícia Civil engatinhando com situação de pessoal. É um desabafo, mas eu precisava dizer. Essa operação contra o PCC foi feita com o mínimo, com o que tínhamos", desabafa Alcino.
Fonte: Jornal O Página 20

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